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20 de maio de 2011

Chicletes de nicotina aumentaram risco de câncer de boca

O primeiro estudo a analisar os ingredientes complexos contidos em produtos a base de tabaco, mas que não são cigarros, alerta que seu uso tem o potencial de causar doenças na boca como câncer e cáries. Um dos exemplos mais comuns, já disseminado no Brasil, são os chicletes de nicotina, indicado para fumantes que pretendem largar o vício ou poder mantê-lo em lugares fechados.

A análise dos pesquisadores, liderados por John V. Goodpaster , descobriram que os produtos contêm principalmente nicotina e uma variedade de ingredientes aromatizantes e edulcorantes, que podem prejudicar a saúde dos dentes. Outros ingredientes dissolvidos nos produtos têm chance de aumentar o risco de cáries. Um deles, a cumarina, foi banida como agente aromatizante em alimentos, devido à sua ligação a um risco de danos no fígado.

Diante disso, os pesquisadores observaram inúmeras evidências científicas sobre os potenciais efeitos adversos que a própria nicotina pode causar que vão desde doenças gengivais ao câncer de boca.

- Os resultados aqui apresentados são os primeiros a revelar a complexidade dos produtos com tabaco solúvel e pode ser utilizado para avaliar os efeitos adversos a saúde. É importante compreender alguns dos possíveis efeitos toxicológicos de alguns dos ingredientes desses produtos.

A própria embalagem dos produtos indica outro fator perigoso. Segundo Goodpaster, elas podem ser confundidas com embalagens de guloseimas.

- As embalagens e o design desses produtos também podem ter apelo para as crianças, e alguns podem ser confundidos com doces.

Autoridades de saúde norte-americanas investigam essas evidências e mostram-se preocupadas se esses produtos que se dissolvem na boca e gengivas são de fato uma alternativa segura ao cigarro.


Fonte: R7

Inibição de proteína pode levar a nova terapia contra câncer de cabeça e pescoço

A inibição de uma proteína específica do câncer de boca pode levar a novos tratamentos para pacientes que sofrem de câncer de cabeça e pescoço. A descoberta é de pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

Resultados de testes em laboratório mostram que quando a expressão da proteína SIRT3, ou Sirtuin-3, é inibida em células de câncer de boca a proliferação das mesmas é interrompida e elas morrem.

Além disso, quando os pesquisadores suprimiram a proteína nas células cancerosas e combinaram isso com o tratamento com radioterapia ou quimioterapia, o efeito sobre as células cancerosas foi ainda maior.

Os ratos que foram injetados com o inibidor de câncer de boca apresentaram redução de 75% nos tumores comparados aos ratos normais injetados com células de câncer de boca normal.

A equipe de pesquisa começou então a olhar para o grupo Sirtuin de proteínas, já que alguns estudos sugerem que elas são reguladoras-chave da integridade e da sobrevivência celular.

"Nós pensamos que talvez as células do câncer, porque são muito espertas, também pudessem usar a capacidade dessas proteínas para aumentar a sua própria sobrevivência", afirmou a líder do estudo, Yvonne Kapila. "Com o câncer bucal, muitas vezes, o problema é a dificuldade de detecção precoce, assim, quando diagnosticado numa fase tardia, o câncer se torna muito agressivo. Se alguém puder encontrar uma maneira de desenvolver tratamentos adaptados a essas situações agressivas, obviamente, você tem uma chance muito maior de sobrevivência."

Ela acrescentou que as taxas de sobrevivência de câncer bucal não mudaram nas últimas décadas, por isso há um grande desejo da comunidade científica para encontrar tratamentos mais eficazes.

Algumas pesquisas mostraram que as proteínas SIRT1 e SIRT3 podem suprimir, ao invés de apoiar, o crescimento do tumor, por isso é importante lembrar que cada caso é diferente.

"Se as pessoas acham que no câncer de mama elas são supressoras e tratamos pacientes com uma supressão adicional de SIRT3, podemos fazer mais mal do que bem", afirmou Kapila.

A pesquisadora salientou que os resultados são muito preliminares. "Estamos longe de ter qualquer tipo de tratamento neste momento", afirmou.

O próximo passo dos pesquisadores será olhar para SIRT3 em animais maiores e, em seguida, proceder a testes com humanos.

Fonte: Saude.net

Técnica de escovação pode ampliar prevenção de cáries









Na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, pesquisa demonstra a efetividade da técnica vestíbulo-lingual na escovação dos dentes para prevenir a cárie dentária em um programa escolar supervisionado com creme dental fluorado. O estudo envolveu 284 crianças de 5 anos de idade, com pelo menos um molar permanente, em seis unidades públicas de ensino infantil da cidade de São Vicente (Região Metropolitana da Baixada Santista, São Paulo). Conduzida pelo professor Paulo Frazão, a pesquisa teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e foi publicada na revista BMC Oral Health.


Técnica é aplicada nos molares permanentes em erupção de crianças

O estudo comparou um programa convencional, de características semelhantes aos programas que são realizados na maioria das unidades pesquisadas, com um programa modificado. O programa convencional é composto por atividade de educação em saúde bucal (em geral uma palestra) e atividade de evidenciação de placa bacteriana seguida de escovação com creme dental fluorado supervisionada por um auxiliar de saúde bucal realizada quatro vezes por ano. Nos demais dias letivos, escovação diária, supervisionada indiretamente pelos professores, é realizada no pátio coberto da escola.

No programa modificado, além destas atividades, o auxiliar de saúde bucal foi capacitado para aplicar nos molares permanentes em erupção a técnica de escovação vestíbulo-lingual usando a escova do participante, cinco vezes por ano. O auxiliar, posicionado ao lado ou atrás da cabeça do participante, verifica se os molares permanentes (localizados atrás dos últimos dentes de leite) já irromperam. Em caso positivo, alinha a escova com a superfície do molar, que é mais baixa que os outros dentes, e realiza a escovação. No programa modificado registrou-se 21,6 lesões por mil crianças a menos do que no convencional.

Entre os meninos, cujo risco de cárie foi maior comparado as meninas, a incidência foi 50% menor no grupo que recebeu essa técnica de escovação. Concluiu-se que o programa de escovação dental supervisionada modificado foi efetivo nos meninos, sugerindo substancial diminuição nas necessidades de tratamento odontológico nos escolares mais vulneráveis à cárie, portanto pode prevenir mais lesões de cárie do que a forma como é feito atualmente. O artigo da BMC Oral Health pode ser consultado aqui.

Prevenção
Os programas de escovação supervisionada são uma política pública largamente aplicada no Brasil, financiada com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). A técnica vestíbulo-lingual não é utilizada normalmente. Não existem protocolos nos quais a técnica esteja incluída a fim de tornar mais efetiva a prevenção da cárie em crianças que estão atravessando essa fase de irrompimento dos primeiros molares permanentes. As lesões iniciais de cárie ocorrem durante os primeiros 36 meses após o irrompimento desse grupo dentário.

Essa fase é de especial importância porque é maior o acúmulo de resíduos aderidos ao dente provenientes da alimentação (placa bacteriana). Isso favorece o ataque de cárie na superfície mastigatória dos primeiros molares permanentes. A maioria das lesões de cárie na população em idade escolar (de 6 a 12 anos) concentra-se nessas superfícies cujas cicatrículas e fissuras são menos beneficiadas pelo tratamento com fluoretos do que as superfícies lisas.

Estudos de base clínica têm mostrado a eficácia da remoção da placa bacteriana nas superfícies de molares permanentes em erupção por meio desta técnica. A novidade foi o resultado em nível populacional, isto é, foi verificar que a efetividade na prevenção da cárie dentária de um programa escolar de escovação supervisionada pode ser aumentada se a técnica for incluída.

Informações do Ministério da Saúde indicam que cerca de seis milhões de crianças vêm sendo beneficiadas pela escovação dental supervisionada. O programa é, em geral, executado por pessoal auxiliar. Tal pessoal está em operação nos serviços públicos odontológicos, mas não se tem conhecimento de protocolos que orientem sua ação para uma atuação mais efetiva nas crianças na fase em que nascem os primeiros dentes permanentes. Admitindo que pelo menos seis milhões de crianças participam de programas desse tipo no país, um efeito bastante significativo pode ser esperado se a técnica for dirigida para as crianças de 5 a 8 anos de idade.
Fonte: Agencia USP