Metilação de DNA e Câncer
OLIVEIRA, N. F. P; PLANELLO, A. C; ANDIA, D. C; PARDO, A. P. S. Metilação de DNA e Câncer. Revista Brasileira de Cancerologia, v.56, n.4, p.493-499, 2010.
“(...) Epigenética é definida como o estudo das modifcações do dna e das histonas que são herdáveis e não alteram a sequência de bases do dna. Entre as modifcações que as histonas podem sofrer, estão: metilação, fosforilação e acetilação. entretanto, na molécula de DNA ocorre apenas a metilação. O epigenoma, então, é dinâmico e varia de célula para célula dentro de um mesmo organismo multicelular1.” (p.494)
“A metilação consiste em uma modifcação covalente do dna na qual um grupamento metil (CH3) é transferido da s-adenosilmetionina para o carbono 5 de uma citosina (5-MeC) que geralmente precede a uma guanina (dinucleotídeo CpG), pela ação de uma família de enzimas que recebe o nome de dna metiltransferase (dnMt)1.” (p.494)
“A metilação do DNA ocorre quase exclusivamente em dinucleotídeos CpG de células diferenciadas e tem uma importante função na regulação da expressão gênica e no silenciamento de elementos repetitivos no genoma2.” (p.494)
“A metilação do dna controla várias funções do genoma, sendo essencial durante a morfogênese para que ocorra desenvolvimento normal4. (...) Entretanto, a aberração no padrão de metilação no promotor de um gene pode levar à perda de função desse gene e ser muito mais frequente do que a mutação genética4.” (p.494)
“Assim como o câncer, as doenças inflamatórias também têm sido associadas à metilação aberrante. entre elas, podem ser citadas: gastrite18, artrite19 e periodontite20 (...)” (p.495)
“(...)o epigenoma (conjunto de modifcações químicas do DNA) pode ser modulado. dessa forma, é possível que, após a retirada ou cessação do fator que modifcou o padrão de metilação de um determinado gene, este possa voltar ao padrão inicial. (...) Entretanto, assim como os quimioterápicos que em maior ou menor grau acabam por danifcar outros tipos celulares que não as células cancerosas, esses compostos podem também alterar o padrão de metilação de genes que não estão envolvidos com o câncer em questão, causando outro problema. Dessa forma, é preciso também avaliar o custo-benefício.” (p.495)
“O entendimento da epigenética tornou mais claro o mecanismo pelo qual hábitos como fumar e beber, dieta, meio ambiente e infecções afetam o dna de células tecido-específcas e alteram o comportamento das células desse tecido. estudos de metilação de dna têm emergido como um importante campo de pesquisa em muitas doenças, se não todas, uma vez que a alteração do padrão de metilação pode modifcar dramaticamente a transcrição gênica.” (p.497)
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